Jesus que se deixa tocar
Em pesquisa realizada pelo Instituto Haggai no ano de 2017 sobre como as pessoas se convertem ao Evangelho de Cristo, observa-se que 79,6% dos entrevistados revelam que se converteram por contato humano de relacionamentos, sendo que 29,9% através de amigos e 49,7% através de parentes. Isto revela que, mesmo a conversão religiosa e a prática espiritual, principalmente a cristã, se dão pela conversão pessoal e passa por um mecanismo de encontro, encontro de relacionamentos mais íntimos. Com este resultado podemos entender que a forma de Jesus atrair adeptos e os levar a segui-lo se dava pelo contato: Jesus que se deixa tocar pela mulher enferma (Mc 5,27); Jesus que cura o cego ao passar barro em suas vistas (Jo 9,6); Jesus que visita a casa de Jairo e cura sua filha (Mt 9,23-26); Jesus que visita a casa de Pedro e cura sua sogra (Lc 4,38-43); Jesus que caminha com o povo (Lc 24,15); Jesus que multiplica o pão e alimenta a multidão (Jo 6,5-15); enfim, uma série de passagens nos quatro Evangelhos que revelam como é o método de Jesus para atingir as pessoas através do relacionamento.
O Cristianismo só acontece nos vínculos de interatividade relacional
O mais interessante da pesquisa é que apenas 2,4% dos entrevistados revelaram que se converteram por meio de programas de rádio e apenas 1% através de programas de TV. Isto mostra que os canais de mídia que são de instituições religiosas podem ter valor mais para formar os convertidos do que para atrair novos adeptos. Lógico que, os convertidos que recebem formação pelas mídias religiosas tendem a ter mais estrutura para contagiarem a fé Cristã para aqueles que em seu cotidiano estão mais próximos, que são os parentes e amigos.
Mesmo esta pesquisa sendo realizada por um instituto Cristão evangélico, de vínculo com a Igreja Batista, é idôneo e pode sim servir de parâmetro para todas as instituições cristãs, Católicas e não Católicas. Principalmente porque apenas constata que Cristianismo só acontece nos vínculos de interatividade relacional, até porque a proposta do amor ao próximo como a ti mesmo, passa por vínculos dos próximos mais próximos aos mais distantes e a própria humanidade dentro da perspectiva de que é pela “micromolecularidades” que se chega nas “macromolecularidades”, conforme o pensamento do Filósofo Francês Félix Guattari, isto é, que atingimos um coletivo amplo se contagiarmos pequenos grupos.
Por uma igreja que constrói pontes que ligam, unem.
Desta forma, a Igreja de Cristo não é uma igreja que se fortalece nos macro eventos. Ao contrário, se a igreja fica preocupada com os grandes eventos (de massa) não terá sustentabilidade na raiz. E a raiz do Evangelho é formada em pequenas comunidades. Por isso mesmo que a missão de São Paulo foi cada vez mais sendo ampliada, pois ia fidelizando comunidades e nelas iniciou a ideia de construir capelas. Assim, Paulo escreve suas cartas para diferentes comunidades, cita pessoas, familiares, casais.
É nesta vertente original das comunidades de base, comunidades de vida que se alicerçou o fortalecimento do Evangelho de Cristo. Aspecto original que no episcopado do Papa Francisco tem sido enfatizado como uma meta pastoral, quando o Papa Francisco fala de uma Igreja em saída, uma Igreja de encontros e de pontes que ligam, unem. Quando o Papa Francisco ressalta que os líderes religiosos, bispos, padres, presbíteros, religiosos e todo o laicato atuante, saiam e adentre as famílias, os condomínios e estabeleça o fortalecimento das comunidades.
Assim, a pesquisa citada só fortalece e impulsiona cada Cristão que deseja ver o crescimento do número de pessoas que se convertem ao Cristianismo, fazendo cumprir o que o próprio Jesus nos designou: “Ide e proclamai o Evangelho para toda humanidade” ( Mc 16,15 ).
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